A arte de dar e receber feedback

Feedback é uma palavra de origem inglesa que pode ser traduzida como “comentário” ou
“ponto de vista” e que é frequentemente utilizada.

O feedback é reconhecido como uma ferramenta de Qualidade muito importante nas
organizações, utilizada como avaliação a respeito dos resultados obtidos em determinada
atividade por um profissional. Mas será que utilizamos essa ferramenta corretamente? É
comum quando se fala em feedback as pessoas ficarem tensas – afinal, é um tipo de
“avaliação” e a maioria de nós não gosta desse tipo de experiência.

Se o contato que tivemos com o feedback foi negativo, o processo pode ficar comprometido,
já que quando estamos tensos, a maioria de nós tende a ficar mais sensíveis, menos receptivos
e em alguns casos, até mesmo reativos (que é reagir sem pensar, de forma passional e
possivelmente negativa).

Infelizmente não temos internalizado na maioria dos profissionais que o feedback pode ser
uma oportunidade riquíssima de entender como sua atuação é percebida/avaliada por seu
líder ou mentor e, em especial, como se pode melhorar os pontos frágeis. Um feedback bem
realizado e bem recebido pode ser a chave do sucesso em uma carreira!

Separamos algumas sugestões para ajudar você a tirar o melhor proveito desse momento:

  • O Feedback é uma comunicação e não uma palestra, portando não se deve começar o
    diálogo tendo certeza da conclusão.
  • O feedback deve ser um retorno construtivo sobre o desempenho de um profissional.
    Construtivo porque seu objetivo não é “julgar” ou “condenar os erros”, mas sim contribuir
    para a identificação de pontos fortes ou a melhorar deste profissional, com o objetivo claro de
    auxiliar no seu crescimento na carreira escolhida.
  • O feedback pode ser dado de duas formas: formal e informal. No feedback formal o gestor
    chama seu liderado para uma reunião, em que são apresentados os pontos que devem ser
    reforçados e aqueles que devem ser corrigidos. Já o feedback informal é aplicado no dia a dia,
    de forma contínua e rotineira. Um não substitui o outro, e ambas as formas de feedback são
    importantes!
  • Em alguns momentos, usamos o feedback com objetivo de demonstrar ou clarificar o
    profissional que existe um comportamento prejudicial e auxiliá-lo para que melhore nesse ponto. Não é muito agradável dar ou receber esse tipo de feedback, mas ele é extremamente valioso. Pense que se importar com alguém de verdade significa alertá-lo quando não está alinhado as expectativas de seu time de trabalho. Isso pode ser altamente generoso e “salvar” uma relação, uma carreira. Pense nisso quando precisar dar ou tiver recebido alguma crítica.
  • Existem estudos que falam da “Empatia Ruinosa” que é quando hesitamos em dar feedbacks
    honestos por receio de comprometer o ambiente amigável, mas com isso atrapalhamos a
    evolução das pessoas e a melhoria dos processos de trabalho. Liderar processos exige coragem
    e desprendimento.
  • Devemos manter uma “empatia assertiva” no sentido de nos comprometer verdadeiramente
    com o desenvolvimento dos nossos pares, colegas e liderados. Isso significa ser gentil e
    verdadeiro e não temer expor os problemas, buscando a solução em conjunto. Mas não
    confunda com ser “super-sincero”. Feedback é baseado em observações consistentes, em
    conversar no momento oportuno para ambas as partes, em local adequado, com privacidade e
    tempo justo. Não se trata de sair dizendo o que pensa de qualquer jeito!
  • O feedback também ressalta os pontos positivos, motivando o profissional para caminhar
    alinhado a estratégia da instituição. E por que isso acontece? Simples. Se um funcionário não
    recebe nenhum tipo de retorno sobre seu desempenho, ele concluirá que o trabalho que vem
    fazendo nem sequer é notado e pode desanimar.
  • Quando for receber feedback, não se preocupe em justificar possíveis apontamentos
    negativos ou de melhoria. Tente compreender ao máximo como você foi avaliado e quais
    expectativas deve ter atenção em melhorar. Ninguém é perfeito!
  • Quando for dar feedback, não o faça se estiver irritado ou cansado. Separe um tempo na sua
    agenda para tal atividade – lembrando que você está lidando com algo precioso: a vida
    profissional de alguém. Para tanto, deve estar tranquilo, disponível e com vontade de
    contribuir para a vida do outro. Do contrário, seu feedback pode virar “bronca” e desvirtuar a
    ferramenta.

Rita Calegari coordena o time de Psicologia e o People Care People, da iCareGroup. Ela afirma
que os feedbacks que recebeu foram importantes na sua carreira e se esforça sempre que tem
a oportunidade de contribuir com a carreira dos demais usando essa ferramenta.

Por Rita Calegari

Coordenadora do time de Psicologia e People Care People da ICare.

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