Você constrói “muros” ou “pontes” na sua carreira?

1 de dezembro de 2021Carreira , Relacionamento interpessoal

No último artigo publicado pela ICare, o Sergio Viebig fez a seguinte afirmação: “nossoscaminhos profissionais podem passar por empresas ou setores distintos, mas o que não sepode perder é a imagem e o legado que deixamos por onde passamos”. Esse trechinho me fez pensar sobre as minhas relações nesses últimos 30 anos de profissão econvido você a fazer uma reflexão de qual tipo de legado construímos enquanto trabalhamos. Ponto nº 1: Tão importante como começar uma carreira, é mantê-la. Depois que a fase derecém-chegado numa instituição passa, vamos nos aculturando ao local. Infelizmenteobservamos profissionais cujo encantamento pela profissão e a vontade de fazer a diferençaperdem força e muitos entram naquela fase de acomodação. Particularmente acho bem tristequando isso acontece, é a chama de propósito pessoal enfraquecendo, dia após dia. Sabequando se trabalha para pagar boletos? É isso. Muitas questões estão envolvidas nesse declínio motivacional: as dificuldades dos recém-formados se inserir no mercado ou a dos mais experientes se ajustar as incontáveis mudançasde cenário, a falta de políticas de desenvolvimento de pessoas e de retenção de talentos nasempresas, a competitividade salarial, a crise econômica, a frustração pelo investimento nosestudos sem retorno financeiro imediato, entre outras. O desencantamento profissional podeser um caminho perigoso, pois desencadeia sofrimento e prejuízos incontáveis. Ponto nº2: Tão importante quanto manter uma carreira, é encerrá-la, é sair de cena de formapositiva, deixando colegas que veem em você uma referência naquilo que você faz. Erro de principiante é pensar que as pessoas com as quais trabalhamos não vão se lembrar decomo foi a experiência de trabalhar com a gente.  Se você não soma na sua equipe, se seuscolegas não contam com você ou se sua jornada profissional é baseada em “cada um por si”, posso supor que você tende a construir muros por onde passa. Muros existem para proteção de invasores. Muros separam e tratam do nosso eterno medo dooutro, do vizinho, do que vem de fora. Muros isolam pessoas. Muros numa carreira vão te impedir de fazer networking e de se desenvolver pois tratam osdemais colegas como concorrentes ou como rivais no conhecimento que você acha que possui.Muros mostram que não há confiança com o que (ou quem) está ao lado. Ponto nº3: Os recrutadores confirmam que inteligência emocional, trabalho em equipe ecomunicação assertiva são as características “de ouro” nos candidatos. Se você observar bem,todas são competências que envolvem a relação interpessoal. Sim, como você se relacionapode ser mais determinante na sua carreira do que sua experiência ou seu curriculum. E sabepor quê? Porque o mercado exige pessoas que construam pontes! Pontes são diferentes dos muros pois elas conectam pessoas! Pode-se medir a evolução dasociedade pelas pontes que ela constrói para superar obstáculos naturais, facilitar que osrecursos cheguem, encurtar distâncias e unir comunidades. Profissionais que constroem pontes não são aqueles que trocam favores ou omitem falhas noprocesso para não comprometer o colega. Nem se trata de ser “amigo” de todo mundo, longedisso! Construir pontes exige uma “engenharia” complexa em que a segurança, a estética e o propósito sejam bem definidos, e mais, exige que ambos os lados estejam de acordo em serem tocados pela jornada compartilhada. Ponto final: Seja seu primeiro ou último dia em alguma empresa, comprometa-se com suacarreira e cultive valores sólidos ao lado de boa capacitação técnica. Você não é seu cargo.

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Qual comportamento devemos manter para acalentar a inovação na nossa rotina?

1 de dezembro de 2021Inovação

A inovação é uma das competências discutidas na iCare e, numa live sobre esse tema, fiz a seguinte pergunta: “Qual comportamento devemos manter para acalentar a inovação na nossa rotina?” O debatedor da live e coordenador da área de inovação da Imed Group, Dr. André Nunes respondeu objetivamente: “Não ter medo de errar”. A live acabou e fui dormir com essa resposta na cabeça, uma parte de mim discutindo com toda minha trajetória de profissional na saúde, cenário que errar sempre foi meu maior temor. Acordei incomodada com a possibilidade de que esse meu medo me impeça de evoluir e melhorar. Compartilho com vocês alguns fatos que refleti sobre o tema. Primeiro fato: Achamos que inovação é para quem pode arriscar. Os profissionais de saúde têm medo de errar, pois as consequências do erro podem impactar na vida do paciente de forma irreversível. Estabelecemos processos que deem segurança ao nosso trabalho, usamos ferramentas para proteger o processo do erro como checklist, dupla checagem, readback, teachbach, 5Certos, validações dentre tantas outras. Temos tanto medo de errar quanto de assumir os erros e não raro, usamos protocolos como escudos simbólicos para disfarçar o assunto, deixando de enxergar o processo assistencial como dinâmico e desafiador.  Sim, os processos que garantem a segurança da assistência são necessários. Portanto, não é esse tipo de risco que se discute em inovação. Segundo fato: Inovar requer algum nível de “desconforto”. Usamos muito o termo “conforto” na assistência, visando o acolhimento físico e emocional necessário aos nossos pacientes. Mas quando tratamos da carreira, o conforto pode significar “acomodação”. Crescer dói, já dizia a minha avó. Crescer profissionalmente exige um certo nível de descontentamento, uma dose daquele ímpeto juvenil de não se acomodar com o que está determinado e o desejo de fazer melhor. Quantos profissionais não “pararam no tempo” por que se julgam ótimos? Em pouco tempo, o raciocínio limitante de que já se atingiu o ápice profissional, trará prejuízos a longevidade de qualquer carreira do mercado. Terceiro fato: Fantasiamos que inovação é algo extraordinário e além da nossa capacidade. Inovar parece tão disruptivo que dificilmente enxergamos como uma habilidade presente em nossa vida. Sabe aquela vez que você improvisou um ingrediente que faltava na sua receita de bolo, e ele saiu melhor do que você imaginava? Ou quando, recentemente, vimos comovidos a cena das luvas com água morna “segurando” a mão de um paciente na UTI, para confortá-lo? Eram inovação. Ou pelo menos a semente dela. As pessoas tendem a ser naturalmentecriativas em solucionar imprevistos do seu dia a dia. E essas soluções podem significar umlampejo da inovação nas nossas vidas, que de comum, não tem nada. Viver é extraordinário.Inovar é consequência. Quarto e último fato: Inovar é atividade coletiva. Todas – eu disse todas – as memórias sobre inovação que tenho na minha carreira, se deram em equipe. Sabe aquela ideia maluca de trazer o cachorro do paciente para visitá-lo no leito de hospital? Ou aquele método de dimensionar as visitas do psicólogo nos pacientes internados? Ou ainda, usando o tablet, comunicar más notícias ao paciente internado com COVID19 no hospital de campanha? Todos esses exemplos e mais tantos outros, só aconteceram porque eu tinha lideranças e parceiros de trabalho que estavam abertos a ouvir, a acolher, a testar (dentro de regras de segurança) e a medir o impacto dessas ideias, melhorando-as na próxima vez. Estou convencida que teria desfechos de fracasso se optasse em “inovar” sem essas pessoas, pois cada uma delas contribuiu com sua crítica e considerações, tornando uma nova ideia em ação que agrega valor. Se você também já pensou que inovação não é para você, talvez esteja apenas precisando aprender como não ter medo de errar, com quem e onde errar e, acima de tudo, como transformar o erro em sustentabilidade.

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Os obstáculos nas contratações de candidatos recém-formados e profissionais mais experientes

1 de dezembro de 2021Carreira , Recém formado

Não precisaríamos de muito tempo de conversa para lembrar das diversas vezes que presenciamos negativas de contratação para recém-formados, com a justificativa de que a falta de experiência é determinante para alguma empresa. Como uma resposta automática de praticamente todos nessa situação, ouvimos: “como teremos experiência se não temos a oportunidade?”. Situação semelhante ocorre com o profissional que já passou dos 40, 45 ou 50 anos de idade, com o argumento de que estão desatualizados ou não possuem a agilidade que a profissão exige. O cenário fica mais grave quando o perfil do candidato associa a entrada tardia no mercado de trabalho à idade mais avançada. Não é raro encontrar instituições que mal promovem a chance de participação do processo seletivo para esses profissionais. Neste texto convido vocês para um momento de reflexão sobre o impasse. É inegável que em todos os ofícios, independente da área, exista uma tendência crescente de florescimento, especialmente para os que se dedicam a se aperfeiçoar. Porém, a experiência caminha com o prejuízo que a idade normalmente carrega, e o esperado declínio desemboca na merecida aposentadoria. Para muitos a equipe perfeita é aquela que detém o maior número de profissionais que estejam neste auge de proficiência, porém, equipes muito volumosas, necessitam de diversificação e equilíbrio. Talvez você esteja se perguntando como organizar uma tripulação cheia de vigor para que o barco tenha todo o rendimento desejado. Equipes muito jovens trarão benefícios, mas também trarão problemas; sábio é o gestor que sabe trazer um navio a prumo…. combinando o entusiasmo e atualização do jovem com o conhecimento inerente à experiência advinda da idade. Em nossa vida crescemos ouvindo de nossos pais que respeite, ouça e aprenda com os mais velhos, assim evoluímos mais rápido. Por outro lado, os mais velhos se desenvolvem com os jovens, interagindo mais com as atualidades e ponderando sobre técnicas e conhecimentos que eles julgavam não serem mais necessários modificar. Na rotina hospitalar este cenário deve ser cultivado, pois equipes bem distribuídas tendem a ter maior harmonia, eficiência e entrega. Poderíamos descrever outros obstáculos para não contratar estes públicos supracitados, mas não estaríamos manifestando inabilidade para educar e reeducar profissionais? Não estaríamos elegendo a eficiência a qualquer preço, ignorando a harmonia entre a equipe? Particularmente, penso ser possível conciliar os predicados, casando a calma e paciência do mais velho à dinâmica e afobamento quase explosivo do recém-formado, madurando um profissional de alto nível, que sabe ensinar, escutar e aprender. Em resumo, em todas as etapas da vida profissional as pessoas têm condições de evolução e mudança de pensamentos; cabe aos gestores e educadores a abertura de oportunidades para todos os públicos, e independente do momento profissional que o candidato esteja, se ele estiver aberto a novas experiências com determinação e foco, sempre haverá dedicação e retorno positivo para as empresas.

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Os caminhos após sua graduação

1 de dezembro de 2021Carreira , Recém formado

Com muita frequência ouço de alunos e colegas que acabaram sua graduação, algumas narrativas com uma certa insegurança em relação aos próximos passos. Não é novidade que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente e na graduação já fica claro esta questão, logo estamos formando profissionais que terminam suas respectivas faculdades já iniciando novos estudos, especializações, dentre outros e muitos dizem que não possuem a certeza de que está seguindo o caminho correto, tendo como consequência cursos interrompidos ou não aproveitados por completo. A pós-graduação é o caminho mais óbvio e procurado pelo recém-formado, porém muitas vezes, me deparo com profissionais nesta situação, que está com a incerteza durante o curso de especialização. O que trago de experiência e dica, é que se a graduação não foi suficiente para lhe direcionar à uma área que lhe satisfaça por completo e a dúvida de qual área seguir ainda persiste, uma das alternativas são os diversos cursos livres que o mercado hoje oferece. Cursos de curta duração tem um papel muito válido neste momento, pois agregará valores de conhecimento técnico e científico com custos menores aos de uma pós graduação, permitindo que você faça escolhas futuras sobre uma determinada área, mas lembre-se que o conhecimento de uma pós graduação pode ser aplicado em diversas áreas que por vezes você nunca tenha imaginado aplicar, como alguém que cursou urgência e emergência e vai atuar na atenção primária ou alguém que se aperfeiçoou em psiquiatra e inicia uma atuação na pediatria, mesmo não sendo seu foco inicial, em muitos momentos desta atuação seu ensino lhe trará auxílio. O conhecimento sempre é válido. Uma vez atuando no setor desejado com a correta especialização, o aprimoramento contínuo é fundamental para que sua carreira decole em voos certeiros e precisos. Recentemente aprendi uma lição incrível que cabe neste momento: “Nada está tão bom que não possa melhorar”. Manter-se atualizado e buscando novos desafios faz com que o profissional adquira cada vez mais bagagem para lhe dar com as mais diversas situações, pois é fato que sempre terá um novo acontecimento que lhe exigirá uma tomada de decisão, neste momento, toda expertise adquirida será posta à prova e quanto mais preparado você estiver, melhores serão seus resultados. Profissionais com conhecimentos diversos serão muito procurados por grandes empresas, pois diferentes áreas de atuação estão cada vez mais interligadas. Os títulos são importantes, mas só isso não basta. É fundamental a atualização constante sobre todas as novidades da sua área profissional. Basta um simples exemplo para que isso fique claro: sou fonoaudiólogo com doutorado em disfagia alta e não sei para que serve o videodeglutograma… Lembre-se que o verdadeiro especialista demonstra conhecimento e está sempre atento a tudo que acontece ao seu redor. Esta atenção contínua, passa também pelo seu networking, pois ninguém cresce sozinho, a troca de experiência requente é saudável para todos os lados. Sua árvore de parceiros e amizades seletas lhe trará frutos doces e saudáveis, nossos caminhos profissionais podem passar por empresas ou setores distintos, mas o que não se pode perder é a imagem e o legado que deixamos por onde passamos. Palestras, congressos ou seminários, são excelentes momentos para que isso seja trabalhado em você, fortalecer estes vínculos do passado e estabelecer seus vínculos do futuro são essenciais para seu sucesso profissional.

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O papel da fisioterapia nos cuidados paliativos

1 de dezembro de 2021Cuidados paliativos , Fisioterapia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define cuidados paliativos como a assistência promovida por uma equipe multidisciplinar com a finalidade de melhorar qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida. Os cuidados ao paciente, contam com uma atuação multiprofissional englobando sintomas físicos, emocionais, psicossociais, financeiros e espirituais. Esse paciente é assistido por profissionais que auxiliam no cuidado emocional como psicólogos, financeiro como assistentes sociais, nutricionais como os nutrólogos e nutricionistas, psicossociais como terapeutas ocupacionais e espirituais como o serviço de Capelania. A fisioterapia visa o atendimento humanizado centrado no paciente e na família, alívio dos sintomas como a dispneia, controle da dor através de avaliação correta, posicionamento terapêutico e funcionalidade dentro de suas limitações até o fim de vida. A chave do cuidado se inicia com uma comunicação efetiva entre o fisioterapeuta e equipe médica, paciente e familiares, a abordagem deve ser de forma clara, objetiva e eficaz. O envolvimento da família no cuidado diminui a angústia gerada por estar em um ambiente distinto. Um dos maiores desafios está em lidar com a ansiedade, alívio do sofrimento através de identificação precoce, expectativas de vida e de morte e promover a qualidade de vida e maior independência funcional ao indivíduo. Algumas condutas fisioterapêuticas utilizadas para alcançar os objetivos dentro dos cuidados, como TENS/CRIOTERAPIA para promover analgesia, COXINS para melhorar posicionamento, mobilizações, alongamentos e fortalecimentos de acordo com o limiar de dor. Um sintoma comum apresentado em fim de vida é a dispneia, no qual o fisioterapeuta intervém com recursos como oxigenioterapia de baixo e alto fluxo e a Ventilação Não Invasiva (VNI) que consiste em um suporte ventilatório com pressão positiva através de uma interface. O uso da VNI pode ser controverso nessa população a depender do momento em que é indicado e da avaliação parasuspensão dele, lembrando que oferecer qualidade de vida é diferente de prolongar o sofrimento. Ou mesmo procedimentos invasivos lembrando que a fisioterapia é sempre requisitada para aspiração nasotraqueal e de vias aéreas superiores pois os pacientes em cuidados tão específicos apresentam em fase terminal acúmulo de secreções por conta de por exemplo queda de língua ou rebaixamento do nível de consciência por administração de medicamentos como a morfina para conforto. O preparo do profissional fisioterapeuta é importante para também saber lidar com esse fim de vida e os casos de óbito, o canal tem que ser aberto com o paciente e seus familiares falar sobre a morte não é algo que deve ser evitado e sim ensinado ao profissional que muitas vezes é impactado como algo negativo. Com a empatia, inter-relação e o tratamento humanizado os objetivos fisioterapêuticos tornam-se mais claros e a terapia muito mais eficiente.

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