O papel da fisioterapia nos cuidados paliativos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define cuidados paliativos como a assistência promovida por uma equipe multidisciplinar com a finalidade de melhorar qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida.

Os cuidados ao paciente, contam com uma atuação multiprofissional englobando sintomas físicos, emocionais, psicossociais, financeiros e espirituais. Esse paciente é assistido por profissionais que auxiliam no cuidado emocional como psicólogos, financeiro como assistentes sociais, nutricionais como os nutrólogos e nutricionistas, psicossociais como terapeutas ocupacionais e espirituais como o serviço de Capelania.

A fisioterapia visa o atendimento humanizado centrado no paciente e na família, alívio dos sintomas como a dispneia, controle da dor através de avaliação correta, posicionamento terapêutico e funcionalidade dentro de suas limitações até o fim de vida.

A chave do cuidado se inicia com uma comunicação efetiva entre o fisioterapeuta e equipe médica, paciente e familiares, a abordagem deve ser de forma clara, objetiva e eficaz. O envolvimento da família no cuidado diminui a angústia gerada por estar em um ambiente distinto.

Um dos maiores desafios está em lidar com a ansiedade, alívio do sofrimento através de identificação precoce, expectativas de vida e de morte e promover a qualidade de vida e maior independência funcional ao indivíduo.

Algumas condutas fisioterapêuticas utilizadas para alcançar os objetivos dentro dos cuidados, como TENS/CRIOTERAPIA para promover analgesia, COXINS para melhorar posicionamento, mobilizações, alongamentos e fortalecimentos de acordo com o limiar de dor.

Um sintoma comum apresentado em fim de vida é a dispneia, no qual o fisioterapeuta intervém com recursos como oxigenioterapia de baixo e alto fluxo e a Ventilação Não Invasiva (VNI) que consiste em um suporte ventilatório com pressão positiva através de uma interface. O uso da VNI pode ser controverso nessa população a depender do momento em que é indicado e da avaliação para
suspensão dele, lembrando que oferecer qualidade de vida é diferente de prolongar o sofrimento.

Ou mesmo procedimentos invasivos lembrando que a fisioterapia é sempre requisitada para aspiração nasotraqueal e de vias aéreas superiores pois os pacientes em cuidados tão específicos apresentam em fase terminal acúmulo de secreções por conta de por exemplo queda de língua ou rebaixamento do nível de consciência por administração de medicamentos como a morfina para conforto.

O preparo do profissional fisioterapeuta é importante para também saber lidar com esse fim de vida e os casos de óbito, o canal tem que ser aberto com o paciente e seus familiares falar sobre a morte não é algo que deve ser evitado e sim ensinado ao profissional que muitas vezes é impactado como algo negativo.

Com a empatia, inter-relação e o tratamento humanizado os objetivos fisioterapêuticos tornam-se mais claros e a terapia muito mais eficiente.

Por Danielle Kim

Coordena a equipe de fisioterapia na ICare.

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