Os obstáculos nas contratações de candidatos recém-formados e profissionais mais experientes

Não precisaríamos de muito tempo de conversa para lembrar das diversas vezes que presenciamos negativas de contratação para recém-formados, com a justificativa de que a falta de experiência é determinante para alguma empresa. Como uma resposta automática de praticamente todos nessa situação, ouvimos: “como teremos experiência se não temos a oportunidade?”.

Situação semelhante ocorre com o profissional que já passou dos 40, 45 ou 50 anos de idade, com o argumento de que estão desatualizados ou não possuem a agilidade que a profissão exige. O cenário fica mais grave quando o perfil do candidato associa a entrada tardia no mercado de trabalho à idade mais avançada. Não é raro encontrar instituições que mal promovem a chance de participação do processo seletivo para esses profissionais.

Neste texto convido vocês para um momento de reflexão sobre o impasse. É inegável que em todos os ofícios, independente da área, exista uma tendência crescente de florescimento, especialmente para os que se dedicam a se aperfeiçoar.

Porém, a experiência caminha com o prejuízo que a idade normalmente carrega, e o esperado declínio desemboca na merecida aposentadoria.

Para muitos a equipe perfeita é aquela que detém o maior número de profissionais que estejam neste auge de proficiência, porém, equipes muito volumosas, necessitam de diversificação e equilíbrio. Talvez você esteja se perguntando como organizar uma tripulação cheia de vigor para que o barco tenha todo o rendimento desejado.

Equipes muito jovens trarão benefícios, mas também trarão problemas; sábio é o gestor que sabe trazer um navio a prumo…. combinando o entusiasmo e atualização do jovem com o conhecimento inerente à experiência advinda da idade. Em nossa vida crescemos ouvindo de nossos pais que respeite, ouça e aprenda com os mais velhos, assim evoluímos mais rápido.

Por outro lado, os mais velhos se desenvolvem com os jovens, interagindo mais com as atualidades e ponderando sobre técnicas e conhecimentos que eles julgavam não serem mais necessários modificar. Na rotina hospitalar este cenário deve ser cultivado, pois equipes bem distribuídas tendem a ter maior harmonia, eficiência e entrega.

Poderíamos descrever outros obstáculos para não contratar estes públicos supracitados, mas não estaríamos manifestando inabilidade para educar e reeducar profissionais? Não estaríamos elegendo a eficiência a qualquer preço, ignorando a harmonia entre a equipe?

Particularmente, penso ser possível conciliar os predicados, casando a calma e paciência do mais velho à dinâmica e afobamento quase explosivo do recém-formado, madurando um profissional de alto nível, que sabe ensinar, escutar e aprender.

Em resumo, em todas as etapas da vida profissional as pessoas têm condições de evolução e mudança de pensamentos; cabe aos gestores e educadores a abertura de oportunidades para todos os públicos, e independente do momento profissional que o candidato esteja, se ele estiver aberto a novas experiências com determinação e foco, sempre haverá dedicação e retorno positivo para as empresas.

Por Sérgio Viebig

É enfermeiro e seu propósito é a capacitação dos profissionais de saúde. Ele coordena o Núcleo de Educação e Desenvolvimento (NED) da iCareGroup.

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