O papel da fisioterapia nos cuidados paliativos

1 de dezembro de 2021Cuidados paliativos , Fisioterapia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define cuidados paliativos como a assistência promovida por uma equipe multidisciplinar com a finalidade de melhorar qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida. Os cuidados ao paciente, contam com uma atuação multiprofissional englobando sintomas físicos, emocionais, psicossociais, financeiros e espirituais. Esse paciente é assistido por profissionais que auxiliam no cuidado emocional como psicólogos, financeiro como assistentes sociais, nutricionais como os nutrólogos e nutricionistas, psicossociais como terapeutas ocupacionais e espirituais como o serviço de Capelania. A fisioterapia visa o atendimento humanizado centrado no paciente e na família, alívio dos sintomas como a dispneia, controle da dor através de avaliação correta, posicionamento terapêutico e funcionalidade dentro de suas limitações até o fim de vida. A chave do cuidado se inicia com uma comunicação efetiva entre o fisioterapeuta e equipe médica, paciente e familiares, a abordagem deve ser de forma clara, objetiva e eficaz. O envolvimento da família no cuidado diminui a angústia gerada por estar em um ambiente distinto. Um dos maiores desafios está em lidar com a ansiedade, alívio do sofrimento através de identificação precoce, expectativas de vida e de morte e promover a qualidade de vida e maior independência funcional ao indivíduo. Algumas condutas fisioterapêuticas utilizadas para alcançar os objetivos dentro dos cuidados, como TENS/CRIOTERAPIA para promover analgesia, COXINS para melhorar posicionamento, mobilizações, alongamentos e fortalecimentos de acordo com o limiar de dor. Um sintoma comum apresentado em fim de vida é a dispneia, no qual o fisioterapeuta intervém com recursos como oxigenioterapia de baixo e alto fluxo e a Ventilação Não Invasiva (VNI) que consiste em um suporte ventilatório com pressão positiva através de uma interface. O uso da VNI pode ser controverso nessa população a depender do momento em que é indicado e da avaliação parasuspensão dele, lembrando que oferecer qualidade de vida é diferente de prolongar o sofrimento. Ou mesmo procedimentos invasivos lembrando que a fisioterapia é sempre requisitada para aspiração nasotraqueal e de vias aéreas superiores pois os pacientes em cuidados tão específicos apresentam em fase terminal acúmulo de secreções por conta de por exemplo queda de língua ou rebaixamento do nível de consciência por administração de medicamentos como a morfina para conforto. O preparo do profissional fisioterapeuta é importante para também saber lidar com esse fim de vida e os casos de óbito, o canal tem que ser aberto com o paciente e seus familiares falar sobre a morte não é algo que deve ser evitado e sim ensinado ao profissional que muitas vezes é impactado como algo negativo. Com a empatia, inter-relação e o tratamento humanizado os objetivos fisioterapêuticos tornam-se mais claros e a terapia muito mais eficiente.

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Importância da mobilização precoce em pacientes críticos na UTI

6 de agosto de 2021Cuidado crítico , Fisioterapia

Há anos o repouso no leito era indicado para evitar complicações em pacientes críticos poracreditar que o repouso conservaria recursos metabólicos resultando em aumento de custosassistenciais e diminuindo a sobrevida na alta hospitalar, no entanto os estudos não mostraram efeitos benéficos, o repouso prolongado causa efeitos deletérios como úlceras por pressão, complicações cardíacas, neurológicas e hemodinâmicas que tem seu quadro agravado por uso de medicamentos e sedativos. A mobilização precoce deve ser iniciada logo após a estabilização do quadro crítico e não apenas na liberação do uso da ventilação mecânica ou mesmo na alta da UTI, ela deve ser iniciada ainda na fase de sedação ou coma, mas para que a reabilitação ocorra de forma segura existem alguns critérios importantes de segurança cardiovasculares, neurológicos, respiratórios e fatores extrínsecos como acessos vasculares e ambiente para que não haja o agravamento do quadro. Neste sentido a mobilização precoce deve ser realizada de forma viável e eficaz, promovendobenefícios na função pulmonar, cardíaca e muscular diminuindo o esforço respiratório e ganhode força muscular que pode ser feita através de exercícios passivos, ativo-assistidos, ativos,resistência no leito e outras técnicas como sedestação beira leito, transferências, ortostatismo,treino de marcha, deambulação com ou sem apoio ou exercícios de conscientização corporal e equilíbrio que muitos indivíduos perdem durante o processo de internação e estabilização. Conclui-se que essa conduta terapêutica está diretamente ligada à melhora física e psicológicado indivíduo e que o fisioterapeuta dentro da Unidade de Terapia Intensiva é uma base e nãoapenas um complemento na qual suas condutas reduzem ou eliminam os efeitos provindos dainatividade, não queremos apenas garantir sobrevida sobretudo oferecer maior qualidade devida, retorno do paciente em suas atividades de vida diária. Queria chamar a atenção de vocês sobre a importância durante essa intervenção doenvolvimento da equipe multidisciplinar trazendo benefício ao nosso centro que é o paciente,quem nunca teve em sua rotina de atendimento algum fator que trouxesse dificuldade como afalta de entendimento clínico, sedação em altas doses, pacientes em procedimentos, acesso aequipamentos e recursos para reduzir a carga e o estresse no trabalho, falta de equipe eaumento de carga de horário de trabalho, gerando uma enorme dificuldade em criação deprotocolos assistenciais e institucionais. Você imagina tirar um paciente em ventilação mecânica do leito com acesso central eperiférico, sonda vesical de demora e enteral, drenos e outros, demanda tempo do profissionalfisioterapeuta, liberação médica e controle de sedação e delirium, auxílio da enfermagem nomanuseio dos dispositivos para garantir a segurança do procedimento, da equipe eprincipalmente do paciente. Ou seja, sem a interação e comunicação eficaz da equipe, indisponibilidade de equipe dafisioterapia e multi, excesso de sedação ou risco de autolesão musculoesquelética ou mesmoestresse no trabalho tornam impossível e desafiadora a técnica de mobilização precoce. Contudo a solução estará sempre voltada em um conjunto de ações que visam a prevençãodos efeitos da imobilização através de elaboração protocolos assistenciais, disponibilidade e interação de equipe, participação na reunião multidisciplinar, treinamentos e apoio da educação continuada.

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O fisioterapeuta na equipe multidisciplinar – desafios da atualidade

6 de agosto de 2021Fisioterapia , Saúde mental

Depois de 16 anos graduada em fisioterapia, posso dizer que sei o que são as insegurançastípicas que surgem ao adentrar no mercado de trabalho. Mesmo depois de muitos aprendizados, entendemos que nunca paramos de adquirir conhecimento, principalmente no cenário de pandemia mundial. Profissionais recém-formados e até mesmo os mais experientes precisaram saber como atuar em frentes de UTI’S. Fisioterapeutas que já atuavam no cenário hospitalar tiveram uma maior visibilidade emprocessos de intubação e extubação do paciente com COVI-19, além de apoiar os processos dereabilitação respiratória e motora que geralmente necessitam de um tratamento mais longo,podendo se estender após a alta hospitalar. Além do dia a dia do trabalho, profissionais sofreram com pressões inéditas gerando estressepor razões como alta demanda de serviços e casos de óbitos. Remeto que os conhecimentossó aumentam também no controle emocional do profissional da saúde, equilibrando seusmedos, anseios pessoais e também em preocupações com pacientes, que algumas vezes nãocorrespondiam ao tratamento realizado. Em casos mais graves e que já não tínhamos respostas com as manobras convencionais,ocorreram intervenções com a chamada PRONA (decúbito ventral) composta de pelo menoscinco profissionais da saúde, como enfermeiros e fisioterapeutas que de forma organizada,segura e ordenada conduziram a manobra de forma eficaz, por meio dos parâmetroshemodinâmicos, ventilatórios e clínicos detectados através de gasometria arterial. Sabemos que também lidamos com diversos tipos de pacientes e seus estados emocionais enosso papel neste caso é entender o quão desconfortável pode ser aquele procedimento parauma pessoa que se encontra fragilizada e assim, acolher no cuidado, nas palavras de incentivoe olhar de forma humanizada o atendimento que prestamos. Realizando esse trabalho em equipe, podemos entender bem o conceito de equipe multi outransdisciplinar conectando os conhecimentos, experiências e a vivência de cada um por umúnico propósito e objetivo: o bem do paciente! Você que se identificou com o artigo, te convido a refletir o quanto nossa profissão nos trouxeum turbilhão de conhecimentos novos, emoções diferentes e o quanto podemos levar issopara crescimento pessoal e profissional. Já não somos mais os mesmos profissionais de saúde! E afinal, quem somos? Danielle Kim trabalha para que os fisioterapeutas da ICare sejam constantementeaperfeiçoados nas suas habilidades e incentivados na sua humanidade, para prestar umatendimento de qualidade e excelência.

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